De Caê Vasconcelos do Ponte Jornalismo:

Oito policiais militares reprimiram o ensaio do grupo Baque Mulher, na orla da Praia Brava, em Matinhos, litoral do Paraná, na tarde da última quarta-feira (22/1). Quatro viaturas participaram da ação e apenas uma policial era mulher.

O vídeo mostra um dos oito policiais pegando à força os instrumentos do maracatu. Uma das integrantes do grupo é empurrada de forma violenta para dentro da viatura por um dos PMs. Na sequência, a integrante alega que o PM a chamou de vadia. “Abuso de autoridade” era a frase mais repetida pelo grupo durante a ação.

Momento em que PM empurra uma das mulheres e arranca instrumento | Foto: Reprodução

As imagens mostram que o mesmo PM que empurra a jovem é chamado de ‘fascista’ pelas integrantes que permanecem no local. A reação dele, que estava indo embora, é de irritação e ele volta para confrontar as mulheres: “quem me chamou de fascista?”. Outros PMs afastam o policial do local.

O grupo, formado por mulheres, ensaiava maracatu, cultura popular afrobrasileira, em uma área verde perto da praia. O grupo tem como bandeiras o empoderamento feminino e o fortalecimento da cultura popular de Pernambuco. Uma vez por semana, por cerca de uma hora e meia, os ensaios acontecem no mesmo local.

Segundo informações divulgadas pelo grupo, três integrantes foram detidas com alegação de desacato, resistência e perturbação. Ambas foram liberadas no mesmo dia, mas, até o momento, não informaram que tipo de medida foi tomada pela autoridade policial.

Outro lado

Em nota enviada à Ponte, a assessoria da Polícia Militar do Paraná informou que “atendeu um chamado pelo 190 de perturbação de sossego e, no local dos fatos, o solicitante decidiu representar contra as pessoas que causavam o barulho, sendo encaminhadas três pessoas e apreendidos os instrumentos musicais”.

“A equipe policial adotou os procedimentos necessários e adequados aplicados em qualquer outra situação de perturbação de sossego. A atuação da Polícia Militar, em qualquer situação, é imparcial e segue diretrizes de direitos humanos”, diz a PM em nota.